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terça-feira, 15 de março de 2011

As chamas do desejo (1ª parte)

No ecrã as palavras pelas quais ansiavamos há algum tempo: " Amanhã vou ao Norte. Quero ver-te! Ligo-te pela manhã quando sair de cá!"
Um baque surdo e o coração descompassado dentro do peito. Aquele friozinho na barriga, misto de tesão e medo.
E agora, quando nos víssemos como iria ser? Iria cumprimentar-te como velhos amigos, 2 beijinhos, tomavamos 1 café e conversavamos sobre a vida, o tempo? Ou não haveria lugar a palavras e daríamos largas aos nossos desejos, à satisfação do tesão que nos enlouquece, que nos consome a cada dia que passa?
E se, quando me vires, não corresponder às tuas expectativas e o desejo desaparecer? Será como morrer na praia.
A  minha cabeça fervilhava e o meu corpo começava a reagir às imagens que me passavam pela cabeça, às lembranças de todas as conversas que tivemos, todas as fantasias que criamos juntos, a todos os orgasmos que tive pensando que eras tu que me tocavas...Sentia-me quente, húmida...


Liguei para o meu restaurante preferido, perto da Foz, mesmo no ponto em que o rio toca o mar, a marcar mesa para dois.
Pela minha cabeça passavam mil coisas. Nessa tarde, fui ao ginásio, precisava de espairecer, gastar energia, sentia-me eléctrica tal era o desejo que me consumia a alma.
Dormi mal, não conseguia deixar de pensar em ti, de te imaginar, de nos imaginar aos dois juntos...
Acordei já por volta das 10h com o sms no telemóvel a dizer que estavas a sair daí. O dia estava cinzento, triste, mas não chovia.
Banho, creme, queria ter a pele macia como tu gostas. Vesti o vestido preto de botões na frente, meias pretas com cinto de ligas, botas pretas até ao joelho de salto alto. Sentia 1 excitação dentro de mim, enorme.
Resolvi tomar o pequeno almoço em frente ao mar, precisava de o ver, acalmar os vulcões que teimavam em entrar em erupção.
Era cerca do meio dia quando me ligaste a combinar o local para nos encontrarmos, expliquei-te onde ficava o restaurante.
Esperei lá dentro, numa mesa junto as janelas mas retirada do resto da sala. Áquela hora começavam a chegar alguns clientes: casais, alguns executivos de empresas da zona.
Chegaste cerca de 15 minutos depois, o tempo parecia uma eternidade. Soube logo que eras tu, pela moto. Calmamente, saíste, tiraste o capacete, olhaste em volta, o mar prendeu-te a atenção durante largos segundos. Devagar, em passo decidido, caminhaste em direção à entrada do restaurante. Eras uma delícia para o olhar. Vários olhares femininos se viraram na tua direcção. Quando entraste os nossos olhos cruzaram-se e senti um fogo dentro de mim, sentia o coração a querer saltar. Vi nos teus olhos a centelha do desejo que só conhecia das letras do ecrã do meu computador, ou da tua voz rouca ao telefone. Tive a certeza de que me querias tanto como eu a ti.
Aproximaste-te da mesa, lentamente, ao chegares ao pé de mim, agarraste-me a mão e depositaste nela um beijo leve, enquanto me olhavas nos olhos. Vi neles a tempestade de desejo que sentias, o turbilhão de emoções que te consumia e quis tocar-te o rosto, saber se eras real.




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